Numa mensagem vídeo gravada apresentada no final da reunião Ciência 2023 realizada nos últimos três dias na Universidade de Aveiro, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “é urgente haver um diálogo entre todas as partes no sentido de planear e concretizar ciência" , para garantir , que os investigadores nacionais "têm e terão condições e capacidade para desempenhar com êxito o nobre acto de realizar investigação".
“Queremos atrair para o nosso país o melhor dos melhores cientistas internacionais, mas também queremos manter a massa crítica portuguesa em Portugal”, disse Marcelo, lembrando aos investigadores nacionais que “todos os dias lutam e têm voz ativa, que é exigir um melhor comportamento básico da carreira para que fosse possível continuar a ciência'.
Citando parte da mensagem de Fernando Pessoa “O mar encheu (...) todos que abnegadamente insistem em trabalhar na ciência e insistem nisso”.
“Tenho a certeza que este diálogo vai acontecer, que o diálogo vai ser frutífero”, afirmou Marcelo, admitindo que “naturalmente, os passos serão num ritmo diferente, no horizonte em que sabemos que até 2030 haverá outro espaço vazio para a projeção da carreira de pesquisadores, que já existem e para as carreiras de pesquisadores que existirão”.
O Presidente da República congratulou-se com "a capacidade dos investigadores para combater as queixas persistentes" e a capacidade de compreensão das autoridades académicas, afirmando ter a certeza de que o Governo também terá esse entendimento e que o "objectivo último" será "realmente alcançou".
O primeiro dia do encontro Ciência 2023 ficou marcado pelo protesto de dezenas de investigadores que exigiam a integração na carreira de investigadores com vínculos incertos há vários anos.
Na mensagem de 13 minutos, Marcelo explicou ainda as razões da sua ausência à sessão final do Science Meeting 2023 conforme previsto, afirmando que “razões de força maior aconselham que não esteja presente hoje”.
A Reunião Científica de 2023, apoiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com a Ciência Viva e a Universidade de Aveiro, foi encerrada pelo Presidente da República, que cancelou a deslocação a Aveiro depois de a indisposição de quarta-feira ter levado à sua observação em hospital.